Plantas de Poder


PLANTAS QUE ENSINAM

“Se as portas da percepção estivessem limpas, tudo pareceria ao homem como realmente é, infinito.”
William Blake

“Algumas plantas nos nutrem.
Algumas são usadas para curar nossos corpos físicos.
E outras plantas são remédios (medicina) para a alma. Elas nos ensinam o caminho de volta para o divino em nós. Elas infundem nossa consciência com a consciência da natureza.”
Ralph Miller


 PARICÁ OU YOPO 

Paricá é o extrato moído do caule ou das sementes da árvore conhecida no Brasil como Angico. Arvore nativa da Colômbia, peru, Sul da Venezuela e noroeste da Amazônia brasileira. A resina avermelhada que escorre da casca, quando sua casca é arrancada, contém, entre seus princípios ativos, alta concentrações de triptaminas, principalmente a DMT, além de miristicina, óleo também encontrado na noz moscada. Sua substância ativa é o DMT (N-dimetiltriptamina).

As sementes de Parica (Anadenanthera colubrina), também conhecidas por Yopo, Cohoba, ou Cebil, são usadas tradicionalmente durante séculos pelas tribos indígenas da América do Sul em rituais religiosos e espirituais, como ponte para comunicar com os espíritos. Onde o xamã ou pajé, é levado a ter a visão da cura do enfermo. Durante o ritual o xamã inala junto com o enfermo uma quantidade do rapé de paricá para entrarem no estado alterado de consciência, estado este que proporciona as experiências de cura. O Yopo vem sendo usado há pelo menos 3000 anos.

As sementes pretas destas árvores são secas, moídas e misturadas com cinzas ou com um pó á base de conchas moídas ou cal virgem. Ao resultado desse rapé, os índios da selva de Orinoco, na Colômbia e Venezuela e os índios Yanomamis do Brasil, deram o nome de Yopo.

Possivelmente, este era o mesmo nome dado pelos índios que habitavam a parte sul do Amazonas. O Yopo é inalado, utilizando longos bambus ou tubos, feitos a partir de ossos de pássaros. Estas árvores crescem em planaltos vastos e as suas folhas, casca e sementes são usadas para várias finalidades medicinais.


 PEYOTE

O cacto floresce esporadicamente, produzindo uma pequena fruta cor-de-rosa, similar na aparência a uma pimenta, que pode ser detectável e testada quando comida. As sementes são pequenas e pretas, requerendo um habitat quente e úmido para germinar, uma das razões para essa planta estar tornando-se rara em seu habitat natural. A quantidade está se reduzindo devido à colheita para finalidades comerciais. O peiote contém um espectro grande dos alcalóides da fenetilamina, dos quais o principal é a mescalina. Todas as espécies deLophophora têm um cultivo extremamente lento, podendo levar frequentemente até trinta anos para chegar à idade de florescimento na natureza (aproximadamente com o tamanho de uma bola de golfe, não incluindo a raiz). Os espécimes cultivados crescem consideravelmente mais rápido, geralmente levando de seis a dez anos para evoluir da semente ate a fase adulta, seguida do florescimento. Devido a esse crescimento lento e à frequente colheita por coletores, o peiote é considerado uma espécie em extinção na natureza.

A parte superior do cacto (que fica em cima da terra), também chamado de coroa, consiste em botões que podem ser cortados das raízes e secados. Quando cortados corretamente, novos brotos crescerão eventualmente. Quando utilizada uma técnica errada na colheita, a raiz é danificada e a planta morre. Esses botões, geralmente, são fervidos na água para produzir um chá psicoativo. A infusão resulta para o usuário, na maioria dos casos, em experiências com gosto extremamente amargo e algum grau de náusea antes do início dos efeitos psicodélicos. Isso é considerado completamente normal, de acordo com usuários e historiadores experientes.


Efeitos medicinais

A dose eficaz para a mescalina é de 300 a 500 mg (equivalente a aproximadamente 5 gramas do peiote seco) e os efeitos duram aproximadamente de 10 a 12 horas. Quando combinado com o lugar e o ambiente apropriados, o peiote é levado a um estado de introspecção profundo, descrito como sendo de uma natureza espiritual. Às vezes, esses podem ser acompanhados por ricos efeitos visuais ou auditivos (tipo sinestesia). A menos que a experiência aconteça em um contexto cerimonial conduzido por um “peyotero” com muita experiência, similar a um xamã, recomenda-se, para a segurança, que o usuário esteja acompanhado em todas as vezes por alguém que não tenha utilizado a mesma dose. Essa pessoa é consultada como se fosse um “guia” para a viagem.

Usos históricos

Desde os tempos mais antigos, o peiote foi usado por povos indígenas, tais como os huichol do norte do México e os Navajos no Sudoeste dos Estados Unidos, como uma parte dos rituais religiosos tradicionais. No século XIX, a tradição começou a se espalhar como forma de reviver a espiritualidade nativa, e utiliza-se para combater o alcoolismo e outros males sociais. A Igreja Americana Nativa é uma entre diversas organizações religiosas que usam o peiote como parte de sua prática religiosa.

O uso da mescalina popularizou-se nos anos 1970 entre clientes dos trabalhos avançados do escritor Carlos Castañeda. Don Juan Matus, o pseudônimo para o instrutor de Castañeda no uso do peiote, usou o nome “Mescalito” para se referir a uma entidade que possa ser detectada por aquelas que usam o peiote como forma de introspecção e de compreender como viver a própria vida. Certos trabalhos mais atrasados de Castañeda afirmaram que o uso de tais substâncias psicotrópicas não era necessário para conseguir a introspecção. A escrita de Castañeda foi desacreditada pela maior parte das pesquisas antropológicas sérias e é considerada geralmente como ficção alegórica.


WACHUMA

Também conhecido como San Pedro ( san pedrito ), este cacto típico da Cordilheira dos Andes, faz parte do universo das “plantas de poder”, em consequência do xamanismo indígena. Tem seu similar no México, que é o peyote com a diferença que este se desenvolve em uma área desértica, ao norte do México, enquanto o wachuma se desenvolve acima de três mil e quinhentos metros de altitude sob o nível do mar e a sua característica mais marcante na composição energética é que durante o dia recebe temperaturas acima de 40º Celsius e anoite de 10º a 20º Celsius negativos. Este choque térmico faz com que ocorrra a alquimia dentro do wachuma : uma poderosa força curadora, através de um chá que é feito com o mesmo.

Embora o peyote e o wachuma estejam em ambientes diferentes, o wachuma contém uma pequena porcentagem de mescalina, a qual é retirada no momento de sua fervura, deixando de ser uma bebida alucinógena, e tornando-se um chá medicinal de alto poder de cura.

O ritual do wachuma, como planta medicinal, se completa com o da ayahuasca, já que o wachuma trabalha os primeiros chackras, ” eixos energéticos do corpo humano”, como também trabalha a sexualidade, a criança interior, a abertura da terceira visão entre outros. A diferença entre o wachuma e a ayahuasca, é a dosagem ingerida, que no wachuma é maior, além do fato de que os efeitos são sentidos no corpo todo. Além disso, por se tratar de uma planta que desenvolve a energia terra, tem como característica, ligar a pessoa com a natureza, pois somos, segundo a tradição xamânica, extensão da Terra.

O wachuma, além de ser uma planta de limpeza ( física, psíquica e energética ) é um poderosos fortificante do organismo, podendo, por exemplo; combater ao câncer, a depressão ( doença comum atualmente ), e uma série de outras mazelas, que no fundo são desequílibrios energéticos.

Esta planta medicinal, desenvolve-se em um ambiente extremamente hostil, onde o terreno é constituído de pedras, e mesmo assim consegue criar raízes, e chega a atingir em sua maturidade, alturas de até 3 metros, ficando com a forma arredondada e reta, sem ramificações e composto de sete gomos. Desde tempos imemoriais as populações indígenas do continente, em especial os adeptos do xamanismo, realizam trocas de plantas medicinais de poder curativo : enquanto a ayahuasca sobe das florestas para as montanhas andinas, o wachuma desce das montanhas para as florestas adjacentes, e desta forma, através dos rituais xamânicos, tanto nas florestas como nos cerrados e nas montanhas, se processa a magia energética que cria um cinturão energético que envolve o Continente Sul Americano, constituindo-se assim o último ponto energético do planeta.


JUREMA PRETA

A casca da raiz da árvore jurema-preta tem um papel interessante na história passada e presente do xamanismo psicadélico. É a única planta que se conhece que pode ser usada numa poção para beber que, sem a ajuda de outra planta, induz experiências visionárias semelhantes às da poção de ayahuasca. Na História brasileira era usada no “vinho da jurema”, uma cerimónia de preparação e ingestão desta planta. Há rumores sobre a tradição (extinta) ter sido recentemente recuperada.

A jurema-preta é também uma fonte muito comum para os ocidentais prepararem anahuasca, que é uma poção com uma farmacologia (uma planta inibidora da MAO e outra com DMT) muito semelhante à da ayahuasca.

Efeitos

A jurema-preta é usada hoje em dia sobretudo em combinação com a arruda síria (Peganum harmala) para a preparação de anahuasca, uma infusão psicadélica semelhante à poção de ayahuasca. Os efeitos podem ser descritos como uma limpeza física e mental, e uma ligação de 4 horas a mundos normalmente imperceptíveis O efeito purgativo é normalmente menos forte que o da ayahuasca.

Quando os efeitos são fortes, a maioria das pessoas experimenta uma mudança drástica na interpretação da realidade, ou mesmo algum tipo de transporte de todos os sentidos para outra dimensão. A anahuasca é conhecida pelas suas visões fortes, tanto positivas como negativas. As visões contam histórias sobre quem bebe a poção e sobre todo o universo. Muitas pessoas não têm visões, todavia, e sentem a anahuasca através dos outros sentidos. Os efeitos purgativos podem ser muito fortes. Algumas pessoas têm diarreia e vómitos.

Se tomares apenas jurema-preta os efeitos são os mesmos, embora com duração mais curta (até 3 horas) e normalmente com menos naúseas, dores de estômago e desconfortos relacionados.

O uso da raiz como incenso induz uma trip psicadélica de 15 minutos, com elementos emprestados da experiência com a anahuasca, os mais notáveis sendo a mudança drástica na interpretação da realidade ou o transporte de todos os sentidos para outra dimensão.


SALVIA DIVINORUM

Ela pertence ao gênero Salvia. Podes encontrar plantas da família da sálvia por toda a parte, desde o teu quintal até lojas de jardinagem, mas geralmente estas plantas não são Salvia divinorum. Existem cerca de 900 espécies de sálvia, que incluem um grande número de plantas ornamentais e também a Salvia officinalis, usada na culinária. O gênero Salvia pertence à família da hortelã Lamiacae (anteriormente conhecida como Labiatae), que também inclui ervas familiares como o orégano e o basílico.

O termo Salvia divinorum traduz-se literalmente como “erva divina”. A planta também é conhecida por termos mais populares, tais como: Ska (Maria) Pastora, folha da pastora, menta mágica, sava, hierba de los dioses, etc. É oriunda de uma pequena área em Oaxaca, no México, onde cresce na área montanhosa dos índios Mazatecas. A Salvia divinorum é uma planta perene que cresce entre 1 a 2 metros, e encontra-se normalmente em locais úmidos e à sombra. Os caules são angulares e ocos. As folhas são verde escuras, com 15 a 20 cm de comprimento e pontas dentadas. A planta floresce esporadicamente entre Outubro e Junho, e dá flores azuis ou brancas.

Raramente dá sementes, mesmo se for cuidadosamente polinada à mão. E quando dá sementes, estas raramente são viáveis: apenas uma pequena percentagem desenvolverá eventualmente até plantas maduras. Quando cresce selvagem, a planta propaga caindo e criando raízes onde toca na terra. Num ambiente altamente úmido, não é incomum ver raízes formarem-se no caule, mesmo antes da planta cair à terra. Estas formações de raízes fazem dos cortes um método de cultivo fácil. Muitos botânicos acreditam mesmo que a Salvia divinorum é o que se chama uma planta ‘cultigene’, o que significa que é cultivada e desconhece-se o seu duplicado selvagem. A sálvia encontrada no México também foi cultivada.

Como as sementes da Salvia divinorum são tão raras, quase todas as plantas em circulação foram propagadas através de dois clones. O primeiro foi colhido em 1962, por R. Gordon Wasson (a linhagem Wasson-Hofmann), e o segundo, chamado “Palatable” foi intruduzido por Brett Blosser, em 1991. Por este motivo, a variedade genética disponível de Salvia divinorum é muito limitada. Um perito em sálvias, Daniel Siebert, conseguiu cultivar uma série de clones a partir de sementes produzidas por ambas as linhagens.

História

A sálvia origina das montanhas mexicanas de Sierra Madre, em Oaxaca. É usada nesta região pelos curandeiros e curandeiras dos índios Mazatecas, em diferentes rituais. A planta é usada sobretudo quando os xamãs sentem a necessidade de descobrir a causa da doença de um paciente no mundo sobrenatural. Os xamãs entram num transe visionário que lhes permite ver quais os passos a tomar para curarem o paciente. Este uso da sálvia continua em voga na presente geração dos índios Mazatecas. Assim como o uso da planta para xamanismo, divinação, meditação, e a busca do divino.

Sabe-se muito pouco sobre o uso da Salvia divinorum antes da sua “descoberta” no mundo ocidental no século 20. Provavelmente o seu uso é extremamente antigo, mas foi apenas quando o famoso botânico R. Gordon Wasson (que também introduziu os cogumelos psilocibinos ao mundo ocidental) trouxe um espécime da planta para mundo ocidental nos anos 60, que esta se tornou um objeto de pesquisa científica. Todavia, a sálvia permaneceu obscura até aos anos 90, quando Daniel Siebert iniciou os seus estudos sobre a planta. Hoja em dia, a sálvia é grandemente conhecida e vendida em muitas lojas e websites, mas ainda há muito a pesquisar sobre a sua química e efeitos.

Os estudos modernos sobre a Salvia divinorum começaram nos anos 30. A Salvia divinorum foi primeiro relatada na literatura ocidental em 1939, por Jean Basset Johnson, que pesquisou o uso dos cogumelos alucinogênicos no México. Ele verificou que os índios Mazatecas usavam as folhas da “hierba maria” para induzir visões. R. Gordon Wasson continuou a pesquisa nos anos 50, e confirmou a psicoatividade da sálvia. Em conjunto com Albert Hofmann, o cientista que descobriu o LSD, e Roberto G. Weitlaner, ele foi o primeiro a trazer espécimes vivos para o Ocidente. Enviaram um desses espécimes para a Universidade de Harvard em 1962, onde foi analisado por Carl Epling.

Desconhece-se ainda há quanto tempo a sálvia é usada pelos habitantes do México. Tem sido sugerido que a planta foi introduzida após a conquista do novo mundo. A prova que apoia esta teoria é o facto dos Mazatecas não terem um nome indígena para a planta: eles usam nomes que se referem a Maria ou pastora (“hierba maria” ou “ska maria pastora”), enquanto que o cristianismo e as ovelhas foram introduzidos pelos Espanhóis. Para além disso, os Mazatecas têm um método de consumo nada eficaz, o que sugere não estarem a par do enorme potencial psicoactivo.

Seja como for, R. Gordon Wasson e outros depois dele sugeriram que a Salvia divinorum poderia ser a mesma planta que os Astecas chamavam de “Pipiltzintzintli” (literalmente “o principezinho mais puro”), o que foi descrito por um autor espanhol no século 17. Nos anos 80, o pesquisador J. Valdés III continuou a investigar a história da sálvia antes da sua “descoberta” por Wasson. Ele sugere que “Pipiltzintzintli” parece mais referir-se à Cannabis do que à sálvia.


Uso tradicional

Sabe-se que os índios mexicanos Mazatecas usavam dois métodos tradicionais: infusão ou mastigar e engolir.

A infusão consiste em espremer o sumo das folhas (esfregando-as) e bebê-lo misturado com água. Este método de consumo é bastante ineficaz, pois os componentes activos não dissolvem na água, e acredita-se que a planta perde muitos dos seus efeitos quando chega ao estômago. A maioria dos efeitos resulta da absorção pelo tecido bucal.

O outro método consiste em enrolar as folhas num maço que depois é mastigado e engolido. Embora mastigar seja uma boa maneira de usar a sálvia, engolir não é muito eficaz, pelas mesmas razões do método de infusão. Para além disso, muitas pessoas acham desagradável mastigar e engolir as folhas, pois são muito amargas e podem causar náuseas. Desconhece-se a dose usada pelos índiosMazatecas.

Efeitos
Os efeitos produzidos pela Salvia divinorum não são comparáveis a quaisquer efeitos produzidos por outras substâncias psicoativas. Dependendo do peso do corpo, sensibilidade, dose tomada, método de ingestão e da potência da sálvia usada, os efeitos variam desde sutis a extremamente fortes. A sálvia não pode ser considerada uma droga para festas em qualquer aspecto. Pelo contrário, as pessoas geralmente não interagem quando se encontram sob o efeito da sálvia, mas têm uma experiência alucinogênica muito pessoal.
Enquanto que a salvinorina activa os receptores de opióides no cérebro, é importante distinguir entre os receptores de mu-opióides (activados por narcóticos como a heroína) e os receptores de opióides kappa (activados pela salvinorina A). As drogas que actuam nos receptores de mu-opióides causam sedação, alívio da dor, e euforia, mas as drogas que atuam nos receptores de opióides kappa causam em geral efeitos alucinógenos frequentemente desgaradáveis (ou mesmo disfóricos). Isto explica porque muitas pessoas descrevem a experiência com sálvia como sendo desagradável em comparação com os efeitos das substâncias psicadélicas triptamínicas (tais como a psilocibina, o DMT), que ativam outros receptores no cérebro.

Algumas pessoas reportam que os efeitos da sálvia se tornam mais fortes após a primeira ou segunda utilização. Algumas pessoas parecem tornar-se mais sensíveis e alcançarem um nível de efeitos mais alto depois de uma ou duas tentativas. Por outro lado, um grande número de pessoas (cerca de 10%) é bastante insensível à salvinorina. Muitas dessas pessoas sentem os efeitos com uma dose mais alta, mas uma minoria não sentirá nada, mesmo com doses maiores.

A duração do efeito de sálvia também varia grandemente, dependendo do método de utilização e da quantidade usada. Fumar sálvia sabe-se que tem um efeito curto. Os efeitos dão-se rapidamente e alcançam o seu auge após 5 a 25 minutos. Os efeitos desaparecem rapidamente, embora possas sentir a influência da sálvia durante uma ou duas horas. Quando tomada por via oral, os efeitos da sálvia surgem mais devagar, mas durarão mais tempo. No entanto, a maioria das pessoas relata que os efeitos acalmam após 60 a 120 minutos.

Durante o efeito de sálvia podem ocorrer vários estados: alucinações bidimensionais, experiências de abandono do corpo, transformação num objeto, viajar no tempo, estar em vários locais ao mesmo tempo, e riso incontrolável. O Erowid menciona os seguintes efeitos:

• Perda da coordenação física; • Riso incontrolável; • Alterações visuais ou visões; • Experimentar realidades múltiplas; • Sensação de paz contemplativa; • Sensação de profundo entendimento; • Percepção sonhadora do mundo; • Sensação de confusão ou loucura totais; • Ver ou tornar-se um túnel; • Perda do sentido de individualidade; • Experimentar uma geometria “não-euclideana”; • Sensação de voar, flutuar, girar ou virar; • Sensação de estar imerso num campo de energia; • Sensação de estar ligado a um “todo” maior; • Sensação de estar por baixo da terra ou da água; • Viagens a outros tempos ou locais; • Tornar-se objetos inanimados (uma parede, escadas sofá, etc.); • Ver padrões ou formas em forma de tubo, de cobra, ou de minhoca.

Um famoso pesquisador desta planta, Daniel Siebert, inventou uma escala para os níveis da trip de sálvia. A sua escala da trip de S-A-L-V-I-A mostra 6 níveis:
• S – efeitos SUTIS. Relaxamento e apreciação sensual; esta trip ligeira é útil para meditação, e pode facilitar o prazer sexual. • A – percepção ALTERADA. Presta-se atenção a cores e texturas. O pensamento torna-se menos lógico e mais brincalhão. • L – estado visonário LIGEIRO. Visões de olhos fechados (imagens claras com os olhos fechados). • V – estado visionário VÍVIDO. Ocorrem cenários tridimensionais complexos e realísticos. De olhos fechados ocorrem fantasias. Enquanto mantiveres os olhos fechados podes acreditar que estas estão mesmo a acontecer. • I – existência IMATERIAL. Possível perda da individualidade; sensação de consolidação com o divino. • A – efeitos AMNÉSICOS. Perda da consciência. O indivíduo pode cair, ou permanecer imóvel ou ir de encontro a objetos.

Riscos

Não existem relatos sobre habituação física ou psicológica à Salvia divinorum.
A experiência única proporcionada pela sálvia pode tornar-se mais difícil de obter, se a usares demasiadas vezes num curto espaço de tempo.
A sálvia não tem efeitos secundários negativos. Apenas um pequeno número de pessoas reporta dores de cabeça, irritação dos pulmões e insônias após fumar sálvia. Acredita-se que estes efeitos são causados pelos produtos resultantes da combustão ao fumar qualquer tipo de planta, e não pela salvinorina.

A sálvia pode proporcionar-te uma experiência única e alteradora da consciência. Por isso é extremamente importante que escolhas a altura e o lugar ideais para o uso. Se vais usar a sálvia pela primeira vez, aconselhamos-te a experimentares uma dose baixa para testares a tua sensibilidade, pois os efeitos podem por vezes ser demasiado fortes. Certifica-te que estás num local seguro e privado, com pessoas que conheces bem. Escolhe a dose sem subestimares os poderosos efeitos que a sálvia pode ter. Após tomares a sálvia, deita-te num sofá ou cama durante a experiência e fecha os olhos.
Se nunca experimentaste sálvia ou se vais tomar uma dose elevada, certifica-te que tens um amigo presente. Existe o risco de perderes a noção dos acontecimentos. O teu amigo deve estar sóbrio e poder dar-te apoio, e preferivelmente ter alguma experiência com sálvia. O seu papel é evitar que te magoes a ti próprio ou a outros, sem interferir demasiado na tua experiência. Deve também poder acalmar-te se te sentires desassociado ou desorientado.
Outros riscos
Não uses a sálvia perto de objectos perigosos (facas, etc.). Não conduzas sob o efeito directo ou pouco depois de usares a Salvia divinorum. Usa o teu senso comum.

Mulheres grávidas ou a amamentar não devem tomar quaisquer substâncias sem conselho médico. Aconselhamos fortemente que qualquer mulher que possa estar grávida NÃO use sálvia. A sálvia não deve ser dada a menores ou pessoas mentalmente desequilibradas ou violentas.